domingo, 24 de outubro de 2021

CRÔNICA DE DOMINGO (Mário Santos)

UM ANO
Parece que foi ontem, mas não foi.
Uma eternidade, uma espera, uma saudade.
Em cada vitória, em cada decepção, lembro de ti, teu afago, tua mão.
O silêncio, metáforas vazias, uma alegria sem graça. 
E o tempo passa, passa e passa. 
Não queria, mas fui visitar minha mãe, que tanto eu amei.
Aquele tumulo sem vida, lugar frio sem coração, onde falei tantas palavras, onde chorei com a alma aflita.
E minha querida mamãe não falou nada.
Às flores, me pediram calma, mas como ter calma? Meus poemas são ridículos, eu sou um pobre mentiroso, que minto pra mim mesmo.
Nada vai bem.
Tudo é péssimo, quando se perde alguém, e esse alguém é a sua vida.
Amanhã o sol brilhará, e eu esconderei meu rosto nas paredes dessa sepultura. 
Essa data, deveria não mais existir.
Mas mãe, peço-lhe a bênção. 
Diga pra mim que me amas, e viverei para sempre.
Serei eterno como tu és.
Saudade que mata o espírito, na dor da espera.
Em todas às manhãs da primavera, guardarei uma flor pra ti entregar.;
Se não vieres, ó mãe, o perfume da mais linda rosa, ti visitará.

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