O ex-presidente Jair Bolsonaro e o advogado Martin de Luca, que representa as empresas Rumble e Trump Media & Technology, mantiveram diálogos constantes sobre a ofensiva de Donald Trump contra o Brasil. Segundo relatório da Polícia Federal, divulgado nesta quarta-feira (20/8), as conversas apontam que o ex-mandatário teria atuado "de forma subordinada às pretenções de grupo estrangeiro" para obter apoio a causas pessoais.
Como prova da subordinação do ex-presidente, a Polícia Federal revelou que Bolsonaro chegou a pedir auxílio do advogado de Trump na elaboração de um texto para as redes sociais sobre o tarifaço dos Estados Unidos contra o Brasil.
Na mensagem de áudio, o ex-presidente pede que Luca o oriente em uma nota, na qual pretendia agradecer a Trump após o anúncio da tarifa de 50% contra os produtos brasileiros. Bolsonaro pediu que a mensagem contivesse elogios ao presidente norte-americano e citasse que a "liberdade está muito acima da questão econômica".
Em outras mensagens, Bolsonaro e de Luca trocam links de declaração na mídia, com ataques contra o judiciário brasileiro e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Em determinado momento, durante a troca de mensagens, Bolsonaro disse ao advogado de Trump que poderia entra em contato "quando desejar". Os dois chegaram a conversar por mias de oito minutos no dia 15 de julho.
Para a Polícia Federal, o contexto dos diálogos entre o ex-presidente e Martins de Luca demonstra a subordinação de Bolsonaro para tentar escapar do julgamento referente à tentativa de golpe de Estado em 2022.
"Foi identificado que o ex-presidente Jair Bolsonaro atuou em período de tempo relevante para o contexto investigativo, de forma subordinada as pretensões de grupo estrangeiro, com finalidade de obter o apoio a pretensões pessoais, no sentido de implementar ações criminosas de coação a membros da Suprema Corte, visando impedir o pleno exercício do Poder Judiciário Brasileiro nas ações penais em curso que apuram os atos de tentativa de golpe de Estado", afirma a Polícia Federal.
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