Quando a tardinha se vai,
Do dia vinte e três que se refaz,
Começa a Noite de São João,
Pura festa no coração!
Alegria que toma a gente,
De um jeito diferente.
A fogueira já tá no ponto,
A chama sobe sem descanso
Lenha crepitando sem parar,
Pru frio de noite espantar.
E a gente em volta reunida,
Celebrando mais uma vida.
Os balões no céu azul
Vão subindo, sem apuro.
Corindo o firmamento
Fazendo um belo momento.
Enfeitando a imensidão
Tranzendo alegria aqui pru chão
Os meninos, com euforia!
Com os fogos, que alegria!
Soltam bombinhas e traque
Pra festa virar destaque.
É um tal de "pum" e "plim"
Celebrando o amor sem fim.
O cheiro que invade o ar,
Dá uma fome de lascar!
Te milho assado na brasa,
A gente come e não se atrasa.
Pamonha, canjica na mão,
É fartura de São João!
A sanfona de fole aberto,
Chamando o para perto.
Nas quadrilhas, que beleza,
Gira a gente com leveza!
Com um "olhar a cobra" e "é mentira",
A turma inteira delira
As moças de encher os olhos,
Com seus vestidos em flor,
Chita florida e fitilho,
Cada uma com seu brilho
Rodopiando no salão,
Encantando o coração.
E quando a meia noite chega,
A emoção a todos pega.
É a hora dos bacamarteiros,
Fazendo seu tiroteiro.
Com um estampido no ar,
A festa a gente vai saldar
Seus tiros cortem o silêncio,
Rompo o tempo sem regência.
Anunciano a alegria,
Com força e muita energia.
Salve São João glorioso,
Noite de encanto e gozo!
E assim, entre riso e canção
Celebramos São João.
A noite que fica no peito,
Gravada de todo jeito.
Esperando o ano vindouro.
Pra reviver esse tesouro.
Poema: Clemildo Galdino.
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