terça-feira, 17 de junho de 2025

CRÔNICA DE MÁRIO SANTOS

O AÇUDE
Nosso açude, gigante cheio de mistério, homens e animais com seus pés enfiados na lama. Os pardais, os tuins, os pintassilgos e até o urubus matam a sede nas águas do açude. 
As mulheres, de lata na cabeça, levando água para botar no pote, e a água era boa.
Ibirajuba com suas casas feitas de tijolos de barro, feitos manualmente, com água do açude.
Os primeiros moradores da cidade, derramaram se suor e se lavaram no velho açude.
As lavadeira com suas bacias de roupa, o assobio dos carreiros, suas juntas de boi. "Vai Canário, bora moreno". Vai puxando água, botanto a saudade em um retrato, onde as mocinhas de outrora se banhavam, que singela inocência.
O tempo passou e o velho açude se superou, ganhou status e a beleza de um pavão. E a noite quando tem lua, suas águas, parecem um vestido de noiva, todo prateado.
Mas ficou na memoria, a boa cachaça, o peixe pegado no anzol e assado ali mesmo, na beira do açude.
Acender um cigarro de palha, sentar nas sombras do eucaliptos e recordar, o entra e sai das pessoas buscando água no velho açude.
Que lembrança tão linda, que vontade de molhar os pés, e me banhar naquelas águas. 
Se é que vocês me entendem!!!

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