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quinta-feira, 19 de junho de 2025

CRÔNICA DE MÁRIO SANTOS. #264


A CASA
Se algum de vocês passar no Sítio Gavião, vos aviso: a casa que já foi amarela agora é verde. Mas é a mesma casa, das mesmas pessoas, do mesmo Rouxinol que canta nas manhã de verão.
Os sonhos e as almas daquela gente talvez tenham ido embora com o amarelo da saudade. 
E se as aves tentarem explicar por que verde? Perguntai aos gatos, aos grilos, perguntai ao sol.
Dois cachorros, uma família, e a casa que já foi rosa, depois amarela, e hoje, à noite, é verde.
O endereço: Sítio Gavião. E o número? Tantos quantos as estrelas.
E a visita mais esperada dessa casa? Do vendedor de pirulito e algodão-doce, aos sábados. 
A casa verde, o castelo de Ana.
Se é que vocês me entendem!!!

sexta-feira, 13 de junho de 2025

CRÔNICA DE MÁRIO SANTOS. #262

NOSSO BAIRRO
Há mais ou menos trinta anos atrás, o bairro do Mutirão, só tinha como morador 20 e poucos gatos pingados. Mas esses tais gatos pingados, botaram a mão na massa e no tijolo, e todos eles, foram a igreja, pegaram o pão quentinho na padaria, levaram os seus filhos para a escola, derramaram suor e lágrimas.
Mesmo quando havia o sol ou havia chuva, os homens e às mulheres do Multirão trabalharam.
Os jornais e revistas falavam de guerra, de inflação, do plano Real, até de aparecimento de ET, os trabalhadores do nosso bairro não dava ouvidos a essas informações; a única coisa que eles queriam saber, era a o do preço do cimento, tijolo e da mão de obra. Ora essa, quem quer saber histórias do conde ou da rainha Elizabeth I?
Queremos ter um lar, onde possamos no fim da tarde tomar um café, com pãozinho e manteiga. E de casa em casa, de rua em rua, nasceu o bairro dos Josés, das Marias, das Joanas, dos Paulos...  o bairro de todos, o nosso bairro do Mutirão.
Nos outros bairros de Ibirajuba, pode ter praças bonitas, mais luzes, escolas e até um ponto de ônibus, mas ninguém têm a alegria, o carisma e o amor do nosso bairro, e cá pra nós, o Mutirão está orgulhoso de sua feira livre. E os gatos pingados lá do início, hoje dizem: "Tanto suor, tanta lágrima, mas velau a pena.
Viva sempre o nosso mutirão.
Se é que vocês me entendem!!!

quinta-feira, 12 de junho de 2025

CRÔNICA DE MÁRIO SANTOS #262


FELICIDADE
Talvez o leiteiro já tivesse terminado sua entrega do leite. E o pãozinho assado na manteiga ainda estivesse pronto.
Que som mais esquisito... Alguém fala:
- É o carro do algodão-doce, na rua 26 de março.
Corremos para a porta. Meu Deus, que colorido mais lindo! Quantas e quantas noites sonhamos com esse momento... o carro do algodão-doce.
Meninos nas calçadas, os adultos pareciam quere cantar o Hino Nacional. Algodões azuis, verdes, rosas e vermelhos... tudo ali.
E nós nos sentimos uns ricaços! E somos! Não há no mundo riqueza maior do que estar ao lado do carro do algodão-doce.
Quanta felicidade. 
Se é que vocês me entendem!!!

terça-feira, 10 de junho de 2025

CRÔNICA DE MÁRIO SANTOS. #261


SINFONIA
Há um bom tempo, nos períodos da chuvas... entravam pela minha janela vários sons. Além dos som das águas correndo do Rio da Chata, havia também o som do pintassilgo, do azulão, do salta-caminho - todos sonorizando o ambiente. O Rio da Chata, quando chove, ainda solta o seu som... Mas os pássaros, agora, são raros. Graças a alguns homens que parecem ter saído do diabo... nosso ouvidos se consolam com sons fictícios.
Porque esses tais homens prenderam, mataram e escravizaram diversos passarinhos.
Que pena que meus filhos, e o filhos dos meus vizinhos e amigos, nunca poderão se banhar no Rio da Chata com a musicalização executada por um lindo pintassilgo.
E vos digo: para quem ama a verdadeira ópera divina... o gorjeio dos pássaros é tudo.
Áh, Há alguns que preferem o ruído de um avião fazendo um voo rasante. Outros são adeptos dos berros das buzinas, dos freios dos carros nas grandes cidades.
Ora! São os que se dizem modernos! Pois sim...
Eu, menino pobre do sítio, quero é a sinfonia dos passarinhos. E sigo sonhando com a ascensão do nosso maestro: O Rio da Chata e seus tenores - os passarinhos. 
Se é que vocês me entendem!!!

sexta-feira, 6 de junho de 2025

CRÔNICA DE MÁRIO SANTOS. #260


RECORDAÇÃO DE CRIANÇA
Uma vez saímos daqui do Sítio Gavião a pé e fomos par a cidade.
Era fim de tarde, e já se via fogueira acesa em quase todas as casas. Era mês de junho, tempo de preparativos para as festas juninas. Os riachos ao longo da estrada corriam cheios, com uma água tão clara, tão fria... Parecia que borboletas e flores tinham uma só alma. Tudo era bonito. Tudo era bom.

Antes de chegar a Ibirajuba, parávamos no poço para tirar a poeira dos pés, calçar os sapatos, e ajeitar o cabelo, da um trato no visual.

Que colorido lindo tinha as luzes da cidade! Em cada casa, uma fogueira que queimava alegre. Corríamos direto para a barraca de Zé de Severinho - quantas fogos! Pobre dos cachorros, todos assustados com os estouros. As ruas, todas enfeitadas com bandeirinhas e balões, pareciam um céu de papel.

O som do triângulo, da sanfona e da zabumba ecoava por todo canto. Nas calçadas, o povo assava milho, carne, tomava uma cachacinha, tudo em volta da fogueira, e o café e aquela conversa não faltava.

Eu ainda menino, via os mais velhos fumando e sentia vontade de experimentar um trago. Lá no bar de seu Zé Jovino, a temperada era servida para todos. Meu pai bebia e dava risadas largas, de fazer gosto.

Ali, as pessoas se respeitavam. Lembro de uma vez em que dona Maria de Lulu saía da missa, e meu pai mandou que eu pedisse a bênção a ela. Havia consideração pelos mais velhos, e isso fazia parte de quem a gente era.

As quadrilhas juninas eram a grande atração. Certa vez, elas se apresentaram na quadra Alcides Justino - a velha quadra - e foi uma festa daquelas! As pessoas se espremiam nos muros para assistir. O casamento matuto era o mais esperado; o pai da noiva era um personagem engraçadíssimo.

E o que dizer das barracas? Milho assado, pipocas, bolinhos de goma... tudo junto, tudo cheiroso. Aquilo era um verdadeiro jardim do Éden! E quase nas cinzas das fogueiras, a volta para casa... Ah, meu Deus, que festa! Com alguns chicletes no bolso, os pés no chão e a felicidade estampada no rosto.
Que são João tão bom...
Se é que vocês me entendem!!!

sexta-feira, 2 de maio de 2025

CRÔNICA DE MÁRIO SANTOS. #259

AI DE VÓS
Ai de vós, hipócritas, que de tanto estarem na direita ou na esquerda,  se tornaram ambidestros.
Ai de vós que se dizem amar o nosso futebol, e nunca deram um obrigado ao Escrete do Povo.
Ai de vós, que se dizem amantes de nossa cultura, mas nunca aplaudiram a Zé Feliz.
Ai de vós, amantes do rádio, mas nunca escutaram a Gameleira Fm.
Ai de vós, famintos pelas glórias, e só olhais para o próprio umbigo.
Ai de vós, que se dizem amigos de Ibirajuba, e só pensam no poder.
Ai de vós, que vão à missa e aos cultos religiosos, e nunca oraram pelo nosso município.
E digo mais: Ai de vós, que leem as Crônicas de Mário Santos, e negam-lhe um bom dia.
Se é que vocês me entendem!!!

quinta-feira, 1 de maio de 2025

CRÔNICA DE MÁRIO SANTOS. #258

GLAMOUR
A rua 26 de Março, hoje foi elevada a categoria de imortal. E vos direi porque.
Depois do meio dia, e bem antes do pôr-do-sol, o carro de algodão-doce adentrou em nossa rua, esses felizes vendedores, são mais importantes que o baile da Ópera de Viena. Meu Deus, aquele casal anunciando "Olha o algodão-doce", deveriam ganhar ainda em vida estátuas deles dois na entrada da cidade. E a rua 26 de Março no mutirão, lhes dariam honrarias de santificação. 
O colorido daqueles algodão doce, é mais esperado que um César, ou um Csar, ou sei lá o que. 
Ora, não se assuste, se alguém lhe disser: "Eu vi no céu, o carro do algodão doce".
Se é que vocês me entendem!!! 

terça-feira, 29 de abril de 2025

CRÔNICA DE MÁRIO SANTOS. #257

O TEMPO PASSOU
Que água tão boa, e a água era do barreiro.
Uma vez, minha mãe me disse: "Meu filho, a vida só é boa, porque tudo passa, tudo se acaba." E só agora eu entendi.
Quando sinto saudades dos meus avós, vou à casa velha onde eles moraram. Ali, só os rouxinóis e os morcegos sabem a dor da solidão. O café feito no fogão de lenha, nas noites de lua com o céu estrelado. Quanta falta faz a comida simples de minha mãe.
Na sexta-feira, no banco de quebra-queixo, doces e uma boa caneca d'água.
Uma vez fomos para o rio da chata, pegamos um molho de peixe... Que almoço inesquecível, que tarde linda.
Na escola Manoel Justino (Sítio Gavião), não tinha merenda... nós íamos para os pés de imbu.
Certa vez, fui para Cachoeirinha e lá tomamos caldo de cana com pão doce, que vendedor simpático.
A escola Manoel Moreira da Costa, às vezes, dava-me medo, mas quem não queria estar naquele recinto escolar?
Meu pai falava-me de tudo, menos do bicho-papão e do Saci Pererê. Naquele tempo, a vida era tão boa que não tínhamos bicho nenhum. Quando tive meu primeiro par de sapatos da marca Conga, eu já tinha quase 12 anos... aquilo foi um sonho, e o que Mariazinha ia achar dos meus pés calçados?
Chiclete, algodão-doce e pirulitos... meu Deus! Só em sonhos.
A minha casa era pintada na cor rosa, e meus pais viviam orgulhosos daquela tão linda cor. As cortinas da sala eram marrons, e o rádio da marca "ABC-Voz de Ouro" ficava sempre ligado na rádio Difusora de Caruaru no programa "Correio Nordestino" com Ivan Bulhões.
E o tempo passou... mas, não para mim... e Deus sabe!
Se é que vocês me entendem!!!

sexta-feira, 25 de abril de 2025

CRÔNICA DE MÁRIO SANTOS. #256

NA FEIRA.
Na feira livre um amigo me abraçava. Outro amigo dava-me a mão. As conversas eram longas.
Pastel com caldo de cana, bolinhos do goma, comer quebra-queixo na barraquinha e tomar água fresquinha no pote que ficava em cima do banco.
A mulher das verduras fazia promoção de alhos e cebolas.
O mendigo tinha no rosto um olhar de esperança.
As crianças faziam festa com o algodão-doce.
Em cada banco da feira livre, havia pessoas dando risadas... compadres e comadres falando do roçado, da chuva, dos afilhados.
Feira livre de Ibirajuba: lugar de encontros...
Onde os poetas e os trabalhadores contavam a nossa história em forma de saudade. 
Se é que vocês me entendem!!!

quinta-feira, 24 de abril de 2025

CRÔNICA DE MÁRIO SANTOS. #255

GRANDE NOTÍCIA
Essa grande notícia não vem da Prefeitura, nem do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, nem da igreja matriz. Não!
Essa Formidável notícia vem do campo e do mato. E a grande notícia é essa: Meu primo Garibaldi e eu, hoje, formo a uma pescaria no rio da Chata. No meio do caminho, nos galhos de uma baraúna, lá estava o ninho de um João-de-Barro. Essa ave, por aqui, é muito escassa e seu ninho é uma verdadeira obra de arte, com uma só entrada que, ao mesmo tempo, também é a única saída.
O João-de-Barro é uma ave muito discreta e, também, não é tão bela. Agora confesso: no mundo dos pedreiros, é um dos mais sábios e inteligentes: 
Já o seu canto, visto - ou melhor ouvido - de longe, lembra o da Casaca-de-Couro.
Meu primo Garibaldi ficou muito feliz com a nossa descoberta, o ninho de João-de-Barro.
Sim! E a pescaria que falei no início?
Perdeu todo o seu brilho depois da grande descoberta do ninho do João-de -Barro!
Acredito que essa notícia, amanhã deveria estampar as páginas de todos os jornais.
Se é que vocês me entendem!!!

terça-feira, 22 de abril de 2025

CRÔNICA DE MÁRIO SANTOS. #254

QUE SAUDADE
Baladeira no pescoço, os pés no chão e muito tempo para ouvir os passarinhos. Fui menino Livre! 
Enquanto as páginas de todos os jornais e revistas publicavam o suicídio de Getúlio Vargas, eu corria atrás das borboletas.
O mundo era mundo. Hoje, o mundo parece mais uma sala de cirurgia... ou um grande convento, de filosofias pressas aos papéis.
Antigamente, se entrava no barreiro enfiando os pés na lama... bebia-se a água.
Não existia medo... todos os meninos corriam no clarão da lua... que bicho ligeiro era o bacurau e a mãe da noite.
A novela era um privilégio para os nobres... na luz do candeeiro, desenhava palácios... e os besouros eram imperadores e reis.
Na sexta-feira, rosário de coco e bolinho de goma. As bolinhas de gude e os adesivos do meu Santa Cruz ficavam para outro dia.
Já em casa, no sítio Gavião... tomar banho no rio da Chata, comer peixe assado na brasa... e na escola, contar que tinha um tubarão-martelo preso no anzol.
De manhã, antes do sol brilhar nas telhas, correr para o curral, e ouvir minha mãe querida dizer: "Isso é hora menino?"
E tudo isso está vivo em mim.
Se é que vocês me entendem!!!

terça-feira, 15 de abril de 2025

CRÔNICA DE MARIO SANTOS. "253"

VERÃO
Os passarinhos, toma banho nas águas, das poças da estrada. 
Verão das noites de luz, onde líamos o "Pavão Misterioso" nas Literaturas de Cordel.
Os meninos, cortavam a madeira do pé de Burra Leiteira para fazer visgos de pegar passarinhos.
Água fria do pote, acendia um cigarro, olhava o sol quente, tudo quieto.
Às vacas descansavam na sombra do juazeiro, no terreiro o cachorro fugia do calor.
Sem chuva e sem lama, dia bom para pescaria, bom para tirar mel das abelhas.
Meu avô, todo verão fazia doce de facheiro com rapadura, "doce apurado" dizia ele.
Verão, dos longos e tristes.
Verão, das histórias de trancoso, que minha vó contava, e eu jurava que era verdade.
Quisera eu, ter outros verões, nem que fosse nas histórias de trancoso.
Se é que vocês me entendem!!! 


domingo, 13 de abril de 2025

CRÔNICA DE MÁRIO SANTOS. # 252

NO SEU ESTILO
Flores nas calçadas, 3 padarias e mais da metade dos gatos do mundo, que agora escrevem roteiros de filmes de bang-bang, e vez por outra, desfilam nas páginas dos gibis.
Amigos: O bairro do Mutirão, agora, têm status de um Martín Luter King. 
A nossa posologia ou modo de usar, é algo de utilidade pública. Se um dia, Ibirajuba quiser reescrever sua liturgia da metafísica, o bairro do Mutirão, será uma poesia eclesiástica.
Se é que vocês me entendem!!!

quarta-feira, 9 de abril de 2025

CRÔNICA DE MÁRIO SANTOS. #251

TRAUMAS
Sítio Gavião, onde vi pela primeira vez um homem morto... Foi numa noite sem fim.
Todos os bichos do mato eram fantasmas.
Vi minha querida mãe ficar muito doente... e a tristeza escravizou minha alegria de menino.
Meu pai me falou que aquilo não era nada, mas ele chorou.
Caderno, lápis e borracha... a escola ficava muito longe, mais não importava... as borboletas me faziam companhia.
Se é que vocês me entendem!!!

quarta-feira, 26 de março de 2025

CRÔNICA DE MÁRIO SANTOS

MINHA VIDA DE CRIANÇA.
Meu sítio Gavião, onde passei minha infância. Ainda muito pequeno, conhecia o canto dos passarinhos. O canto do galo-de-campina, o canto do casaca-de-couro, o canto da acauã, essa quando cantava, fazíamos o pelo sinal, com medo da morte.
João Lã de Ovelha, era o pedidor de esmolas, só pedia farinha.
O cego Artur e o seu guia Otávio, que também eram vendedores de remédios e perfumes.
Luís Zumba, que fumava e eu tinha raiva de ser criança, e não poder fumar.
Às pescarias, no rio da Chata e no Rio Zabelê, os peixes eram poucos, e a fome era muita.
Sítio Gavião, onde vi meus pais derramarem o suor no cabo da enxada.
Às minha arapucas, pra pegar nambu, sabiá cancão e punaré.
Jogar golinhas de gude, caçar de peteca, corre em cavalo de paU.
Sítio Gavião, onde fui criança, e acho que depois de minha morte, ficarei lá, sendo criança para sempre.
Se é que vocês me entendem!!!

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2025

CRÔNICA DE MÁRIO SANTOS.

NA RUA 26 DE MARÇO...
A casa ainda não tem número. Mas os gatos já sabem o endereço de cor. 
O carro do ovo; o carro do algodão doce; o carro da pamonha passam o dia inteiro, desfilando em frente de nossa casa. 
Seu Anastácio, homem velho e magro, senta-se na calçada, acende um cigarro e cochila.
À noite, os meninos correm na rua, brincam de esconde-esconde... fazem barulho um barulho de saudade.
Os rapazes e as mocinhas, esquecem as vogais e as consoantes; o ditado de palavras é minúsculo, ou quase inexistente.
Rua 26 de Março, onde as luzes dos postes são pontos de encontro de dos sapos cantores, dos besouros astronautas e dos vagalumes revolucionários.
Rua 26 de Março, onde os ratos escrevem cartas românticas e publicam nas constelas do cachorro vira-latas.
Nessa rua temos: padaria, farmácia, posto de saúde, supermercado e 2 ou 3 escritores anônimos.
O leiteiro logo cedinho, cruza a rua 26 de Março e vai até a padaria levar o leite.
Se tivéssemos uma biblioteca, e se as nossas casas fossem todas feitas de leitores, o golo de campina de seu Roberto cantaria em português. Deus nos deu alegria de, no final da tarde, poder tomar um café na rua 26 de março, olhando para o azul do céu do Sítio Gavião.
Se é que vocês me entendem!!!


quarta-feira, 8 de janeiro de 2025

CRÔNICA DE MÁRIO SANTOS.


CONTROVÉRSIAS

Olho por olho, dente por dente. E o glaucoma? E as cáries? E os dentes postiços?
Cabeças expostas ao vento... pensamentos presos em camisas de força... afastam-me das pernas de Marilyn Monroe.
Fotografias em preto e branco... histórias do nada.
Anjos nas portas das igrejas, demônios nos púlpitos.
A multiplicação dos pães no deu fome; o amor, sede.
Terra à vista! Homens e mulheres... nesta torre de Babel, a hipocrisia é santa.
Sonhos de papel.
A democracia cruel esconde o rosto na sobra do absurdo.
E cântico dos livros virá... talvez, amanhã.
Quem sabe?
Se é que vocês me entendem!!!

sábado, 13 de julho de 2024

CRÔNICA DE MÁRIO SANTOS


RUA 26 DE MARÇO

A casa, ainda não têm número, mas os gatos, já sabem o endereço de cór.
O carro do ovo, o carro do algodão doce, o carro da pamonha, passam o dia inteiro, desfilando em frente de minha casa.
Seu Anastácio homem velho e magro, sentado na calçada acende um cigarro e cochila.
A noite os meninos correm na rua, brincam de esconde-esconde, fazem um barulho de saudade.
Os rapazes e às mocinhas, esquecem às vogais e às consoantes, o ditado de palavras, são minúsculos, ou quase inexistentes.
Rua 26 de Março, onde às luzes dos postes são pontos de encontro dos sapos cantores, dos besouros astronautas e dos vagalumes revolucionários.
Rua 26 de Março, onde os ratos escrevem cartas românticas e publicam nas costelas do cachorro vira-lata.
Na rua 26 de Março, temos, padaria, farmácia, posto de saúde, supermercado e 2 ou 3 escritórios anônimos.
O leiteiro, logo cedinho cruza a rua 26 de Março, e vai até a padaria levar o leite.
Se tivéssemos uma biblioteca, e se às nossas casas fossem, todas feitas de leitores, o galo de campina do Senhor Roberto, cantaria em Português.
Deus nos deu a alegria de no final da tarde poder tomar café, na rua 26 de Março, olhando para o azul do céu no SÍTIO GAVIÃO.
Se é que vocês me entende!!! 






sexta-feira, 12 de julho de 2024

CRÔNICA DE MÁRIO SANTOS.

CONTROVÉRSIAS

Olho por olho, dente por dente. 
E o glaucoma?; e as cáries?; e os postiços?.
Cabeças expostas ao vento, os pensamentos presos em camisas-de-força me afastam das pernas de Marilyn Monroe.
Fotografias em preto e branco, história do nada.
Anjos nas portas das igrejas, os demônios, nos púlpitos.
A multiplicação dos pães, nos deu fome, o amor, nos deu sede.
Terra a vista! homens e mulheres, nessa torres de babel, a hipocrisia é santa.
Sonhos de papel.
A democracia cruel, esconde o rosto, na sombra do absurdo. 
E o cântico dos livros, virá, no amanhã talvez.
Se é que vocês me entendem!!! 


 

sábado, 6 de julho de 2024

CRÔNICA DE MARIO SANTOS.


NA FEIRA

Ontem na feira livre um amigo me abraçava, outro dava-me a mão. Às conversas eram longas. Pastel Caldo-de-cana; bolinhos-de-goma, comer quebra-queixo na barraquinha e tomar água fresquinha no pote que ficava em cima do banco.
A mulher das verduras fazia promoção de alhos e cebolas; o mendigo tinha no rosto um olhar de esperança; as crianças faziam festa no algodão doce.
Em cada bando da feira livre, haviam pessoas sando risadas, compadres e comadres falando de roçado, da chuva dos afilhados.
Feira livre de Ibirajuba, lugar de encontros, onde os poetas e os trabalhadores, contavam a nossa história em forma de Saudade.
Se é que vocês me entendem!!!


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