quarta-feira, 13 de agosto de 2025

BIOGRAFIA DE MIGUEL ARRAES DE ALENCAR

(15/12/1916 - 13/08/2005)

Nasceu no dia 15 de dezembro de 1916, em Araripe, no Ceará, filho de José Almino de Alencar e Silva, produtor rural e da professora primária Maria Benigna de Alencar Arraes. Sua infância foi vivida no meio rural, o que se aproximou desde cedo das realidades e dificuldades dos trabalhadores do campo. A influência de sua mãe, um educadora, foi fundamental para moldar seu caráter e sua paixão pelo conhecimento. 

Após concluir os curso secundário no Colégio Diocesano na cidade do Crato. Em 1934 ele foi Rio de Janeiro para estudar Direito. Sem recursos para se manter, ele prestou um concurso público para o Instituto do Açúcar e do Álcool (IAA). Após ser aprovado, foi transferido para o Recife onde concluiu sua graduação em 1937.

Em 1945, Miguel Arrase casou-se com Célia de Sousa Leão Arraes, com quem teve oito filhos: José Almino, Ana Arraes (Mãe de Eduardo Campos), Miguel, Marcos, Maria Cristina, Pedro, Maurício e Luiz Cláudio. Célia faleceu em 26 de fevereiro de 1961.

No ano de 1962, Arraes casou-se com Magdalena Fiúza Arraes de Alencar, com quem teve dois Filhos: Mariana e Pedro.   

A carreira de Arraes começou a se destacar quando ele se tornou secretário da Fazenda de Pernambuco, em 1948, no governo de Barbosa Lima Sobrinho. Em seguida, foi eleito deputado estadual (1950-1954) e, em 1959, elegeu-se prefeito do Recife. Na prefeitura, ficou conhecido por sua política de diálogo com os movimentos populares, especialmente os ligados aos bairros mais pobres.

Em 1962, Arraes foi eleito governador de Pernambuco. Seu governo ficou marcado por medidas progressistas que o colocaram em rota de colisão com as elites agrárias e as Forças Armadas. Ele implementou o "Acordo do Campo", que assegurava direitos trabalhistas e salários mínimos para os trabalhadores rurais, uma medida revolucionária para a época. 

Como o golpe militar de 1964, Arraes foi um dos primeiros a ser deposto. Em 1° de abril, ele se recusou a entregar seu cargo e a aderir ao golpe, o que resultou em sua prisão. Ele ficou detido por 11 meses e, em seguida, foi para o exílio na Argélia, onde morou por 14 anos com sua família. Durante esse período, trabalhou como professor universitário e manteve sua atuação política, denunciando as violações de direitos humanos no Brasil.

Com a Lei da Anistia de 1979, Miguel Arraes pôde voltar ao Brasil. Seu retorno foi um momento histórico e emocionante, com uma recepção calorosa e popular no Recife. Ele se filiou ao Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) e, em 1982, foi eleito deputado federal, ajudando na redemocratização do país.

Após deixar o PMDB, Arraes se filiou ao Partido Socialista Brasileiro (PSB) e, em 1986, foi eleito governador de Pernambuco novamente. Em seu segundo mandato, ele implementou o programa "Chapéu de Palha", que fornecia uma espécie de seguro-desemprego aos trabalhadores rurais durante a entressafra da cana-de-açucar.

Ele foi eleito pela terceira vez em 1994, com a promessa de modernizar a infraestrutura do estado e combater a pobreza. Seus governos foram caracterizados por um forte apelo popular e pela busca por um desenvolvimento econômico que beneficiasse também as camadas mais pobres da população.

Em seus últimos anos de vida, Arraes continuou ativo na política, sendo eleito deputado federal em 2002. Ele faleceu em 13 de agosto de 2005, aos 88 anos. A causa de sua morte foi choque séptico, resultado de uma infecção respiratória que foi agravada por insuficiência renal. O velório, que atraiu milhares de pessoas, foi realizado no Palácio do Campo das Princesas, sede do governo de Pernambuco. Seu sepultamento ocorreu no Cemitério de Santo Amaro.

Seu legado é vasto e multifacetado:
• SÍMBOLO DE RESISTÊNCIA: sua postura diante do golpe militar o tornou um símbolo da resistência democrática no Brasil.

• POLÍTICA DE DIÁLOGO: Ele sempre priorizou o diálogo com os movimentos sociais e polulares.

• CONSTRUÇÃO DE LIDERANÇAS: Arraes foi um mentor para muitos políticos, incluindo seu neto, Eduardo Campos, que seguiria seus passos como governador de Pernambuco.

Miguel Arraes é lembrado não apenas por seu cargos, mas por firmeza de princípios e sua dedicação inabalável às causas sociais. Sua trajetória continua a inspirar a política pernambucana e brasileira.

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