domingo, 10 de agosto de 2025

CRÔNICA DE MÁRIO SANTOS


NO DIA DOS PAIS
Não sei como começar essa crônica. Agora estou frente a frente com meu pai, e hoje também sou pai. E isso é tão importante.
Nós dois sentados, e em silêncio. 
De uma vez por outra, escuta-se o alarido de Pires e xícaras, que de maneira tímida, cortam o tal silêncio.
Dizer o que ao meu pai? Eu tinha tantas coisas para dizer-lhe. Mas, me curvo ao um espantoso orgulho.
Não falo... Com esforço, pergunto: - Mais café? Ele diz: Não! Respira, olha para mim, também não fala. Que silêncio brutal.
Em uma convivência de quase meio século, e talvez impedidos pela a presença física, sempre fora assim entre nós; pausas e pausas, e esse abismo silencioso entre nós.
Andamos de um lado para outro, ameaço ir embora... Ele quase sussurrando, diz: FELIZ DIA DOS PAIS!!! De costas, em lágrimas, digo: - Eu te amo, pai.
AME SEU PAI.
Se é que vocês me entendem!!! 

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