#003
De repente, um vídeo estoura na internet. O influenciador famoso denuncia algo grave: crianças sendo exploradas. A notícia corre como fogo em palha seca. Em minutos, todo o país está falando disso. Redes sociais em polvorosa, programas de Tv discutindo, autoridade preocupadas dando entrevistas, políticos correndo para votar leis "urgentes". Prisões, investigações, promessas de mudança. Tudo a toque de caixa, como se agora, enfim, o problema tivesse encontrado solução.
Mais aí vem a grande pergunta: Até quando?
Porque esse problema não nasceu ontem. A exploração de menores acontece há muito tempo, muitas vezes debaixo do nosso nariz, nas ruas, nas casas, nas telas. O que assusta é que muitos casos os próprios pais, aqueles que deveriam proteger, acabam sendo coniventes - alguns por ignorância, outros por descaso, e ainda há aqueles que enxergam nos próprios filhos uma fonte de lucro fácil. É doloroso admitir, mas é verdade.
E a situação piora quando olhamos para as leis. Hoje, parece que a autoridade da família está sendo arrancada aos poucos. Pais que tentam impor disciplina, dar limites, ensinar respeito, muitas vezes acabam tratados como criminosos. Qualquer ato de correção é visto como agressão, como constrangimento a criança... Os pais não podem corrigir, a escola não pode corrigir, então quem corrige? Ninguém. E quando ninguém corrige quem vence é a rua, é a internet, é o crime em todas as suas formas.
Enquanto isso, seguimos nesse ciclo vicioso: um escândalo explode, todos se indignam, leis são propostas às pressas, manchetes se multiplicam. Mas, quando o barulho diminui, a vida volta ao "normal". O crime continua, os inocentes continua sofrendo e os culpados continuam agindo sem medo.
Será que só vamos acordar quando a tragédia bater dentro de casa? Até quando vamos viver de comoção em comoção, sem atacar o problema de frente?
A verdade é dura: se nada mudar na essência - na família, na educação, na aplicação da lei - seguiremos no mesmo caminho. De esquecimento em esquecimento, de omissão e omissão. E, enquanto isso, as crianças que deveriam ser o futuro do país, os inocentes, os mais frágeis, continuam pagando o preço.
ATÉ QUANDO?
Por: Clemildo Galdino
Nenhum comentário:
Postar um comentário