quinta-feira, 19 de janeiro de 2023

CRÔNICA DE MÁRIO SANTOS.

A crônica do meu sentimento

RETRATO
Mamãe varre o terreiro, a poeira cochila nas flores. Os meninos fazem algazarra, enquanto os gatos e os cachorros esperam na porta da cozinha, se tiverem sorte, terão uma refeição dos restos de pão e leite.
Meu pai lá longe, capina a roça, o cheiro do café, convida-o a voltar para casa. O dia é de poucas nuvens, os passarinhos saciam a sede nas águas das poças da estrada.
Amanhã é dia de feira, o dinheiro tá curto, o leite é pouco, e um mundo com fome. Ainda bem que temos o leite, e Ibirajuba não é tão longe. 
Se tivéssemos sorte, os menino irão estudar no Manoel Moreira da Costa. E os cadernos e os lápis? Mamãe disse que Deus nos dará.
A morte deu-me a dor e a solidão e tudo ficou nesse retrato preso na parede. E só.
Se é que vocês me entendem.


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