sexta-feira, 17 de dezembro de 2021

POLÍCIA FEDERAL APONTA ATUAÇÃO DIRETA DO PRESIDENTE JAIR BOLSONARO EM FAKE NEWS SOBRE URNAS ELETRÔNICAS.

R
elatório enviado pela Polícia Federal ao Supremo Tribunal Federal (STF) afirma que o presidente da República, Jair Bolsonaro, teve uma atuação direta e relevante para gerar desinformação sobre o sistema eleitoral. O relatório foi enviado aos Supremo no dia 13 de dezembro e faz parte do inquérito que apura fake news contra as urnas eletrônicas.

De acordo com a delegada da PF Denissse Ribeiro, Bolsonaro teria aderido " a um padrão de atuação já empregado por integrantes de governos de outros países".

"Nesse aspecto específico, este inquérito permitiu identificar a atuação direta e relevante do Exmo. Sr. Presidente da República Jair Messias Bolsonaro na promoção da ação de desinformação, aderindo a um padrão de atuação já empregados por integrantes de governos de outros países", diz o chefe do inquérito.

Em agosto, Bolsonaro chamou a imprensa ao Palácio da Alvorada para dizer que apresentaria provas das supostas falhas nas urnas mas, em vez disso, repercutiu notícias falsas e vídeos já desmentidos. Assim, Alexandre de Moraes decidiu incluir essa conduta no inquérito sobre fake news que já tramita no STF.

A Polícia Federal sugere que o presidente seja investigado no inquérito das milícias digitais - o mesmo que pegou o blogueiro bolsonarista Allan dos Santos e o ex-deputado Roberto Jefferson. Ao fim da apuração, a PF deve enviar o caso à Procuradoria-Geral da República (PGR), que decidirá se denuncia os investigados formalmente à Justiça.

"Em resumo, a live presidencial foi realizada com o nítido propósito de desinformar e de levar parcelas da população a erro quanto à lisura do sistema de votação, questionando a correção dos atos dos agentes  públicos envolvidos no processo eleitoral (preparação, organização, eleição, apuração e divulgação do resultado), ao mesmo tempo em que, ao promover a desinformação, alimenta teorias que promovem fortalecimento dos laços que untem seguidores de determinada ideologia dita conservador". 

Segundo a Polícia Federal, os depoimentos tomados "permitiram verificar que o processo de preparação e realização da live foi feita de maneira enviesada, isto é, procedeu-se a uma busca consciente por dados que reforçassem um discurso previamente tendente a apontar vulnerabilidade e/ou possíveis fraudes no sistema eleitoral, ignorando deliberadamente a existência de dados que se contrapunham a narrativa desejada, quase todos disponíveis em fontes abertas ou de domínio de órgãos públicos". 

A PF diz que foram identificados diversas inconsistência em pontos relevantes das declarações. Foram ouvidos os ministros da Justiça, Anderson Torres, da Secretaria-Geral da Presidência, Luiz Eduardo Ramos, o diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

A delegada disse ainda que "convergem em apontar que houve vontade libre e consciente dos envolvidos em promover, apoiar ou subsidiar o processo de construção da narrativa baseada em premissas falsas ou em dados descontextualizados, divulgada na live do dia 29 de julho de 2021".

A Polícia Federal aponta que essa investigação se dá num contexto de outras investigações que apontam que canais bolsonaristas nas redes sociais atuam com o objetivo de diminuir a fronteira entre o que é verdade e o que é mentira. E usam como estratégia ataques aos veículos tradicionais de informação.
fonte: JC

Pesquisar este blog